segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Magic Woman



Porque isto é magia. Na voz...

domingo, 29 de janeiro de 2012

Quem são os descendentes?


Ontem fui ao cinema.
Sem pipocas ou Coca-Cola.

Em contra-relógio, porque os Oscares já estão aí,escolhemos «The Descendants", realizado por Alexander Payne.
Com o homem, actor, activista do momento.
George Clooney deixa de lado o charme de Danny Ocean, de "Onze Homens e um Segredo" e a dubiedade de Bob Barnes - que lhe deu o Oscar de melhor actor secundário, em 2006, por SYRIANA - para ir a lugares emocionais onde nunca foi, no drama familiar "Os Descendentes". 
Guiado pela mão sensível do director e argumentista - grego de nascença - Alexander Payne, Clooney assume o papel de Matt King, um marido e pai fragilizado, que lhe valeu nova nomeação ao Oscar, uma das cinco a que o filme concorre (além de melhor filme, direcção, montagem e argumento adaptado).
«O cenário no Havaí é apenas um indício enganador de que Clooney, mais uma vez, não teria muito mais a fazer aqui do que exibir os seus invejáveis físico e bronzeado dentro de um figurino praiano, com bermudas e camisas floridas. 
Ele até enverga estas peças e circula pelo litoral paradisíaco, mas ambos formam, na verdade, um contraste vital para os dramas que se abatem sobre a vida de Matt King.
Rico por herança e pelo trabalho de advocacia, Matt notabilizou-se por uma vida económica nos gastos e afectos - aspectos de que se ressentem sua mulher, Elizabeth (Patricia Hastie), e as duas filhas, Alexandra (Shailene Woodley) e Scottie (Amara Miller). 
Toda a ilusão de controle, porém, cede instantaneamente no momento em que Elizabeth entra em coma depois de um acidente de barco e Matt tem de começar a construir um relacionamento com as filhas.
Com o mesmo toque subtil com que construiu filmes anteriores, como "Ruth em Questão" (1996) e SIDEWAYS (2002), o director Payne conduz o seu protagonista num labirinto emocional em que se vê desafiado a crescer. 
O primeiro grande obstáculo é a filha mais velha, Alexandra, um fio desencantado a ponto de se incendiar».
Depois, vem a descoberta da traição da mulher.
O seu amor, a sua dor, a sua alegria, assim lhe chama ele quando dela se despede, no leito da morte, desligadas todas as máquinas que ainda a ligavam à vida...
Não serão eles todos uns descendentes? Não seremos nós nada mais do que descendentes?

O desafio é libertarmo-nos desse peso genético e fazer algo de novo na nossa vida.
Filme intimista, sem deslumbres ou golpes de asa, mas com uma pitada de sinceridade e honestidade que é sempre bom de provar...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

J.D.

Cheguei a Barcelona.
E vi a tua mensagem, Jimmy Dean...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Os filhos do Tio Oscar - os suspeitos do costume

Best Performance by an Actor in a Leading Role

Best Performance by an Actress in a Leading Role

Best Performance by an Actress in a Supporting Role

Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen

Best Foreign Language Film of the Year

Best Achievement in Costume Design

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song

Nominees:

Os Marretas (2011): Bret McKenzie("Man or Muppet")

Das palavras

As palavras mais simples
foram as que te dei;
o amor não sabe outras,
só estas fazem lei.
As palavras de uso
mais comum e vulgar
são as que amor conhece.
Com elas nos pensamos;
é nelas que tememos
desacertos, enganos;
se nelas triunfamos,
já delas nos perdemos.
Com palavras vulgares
se diz o mal de amor,
seu riso, seu espelho,
o que fica da dor.
E todos os mistérios
que se fazem promessa
e se perdem nos versos
e dos corpos nasceram
são aqui cerimónia
evidente e secreta
nas mais simples palavras
que conhece o poeta. 


Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"

sábado, 21 de janeiro de 2012

21.1.2012 - 26 anos de namoro



Ao sol. à Chuva. No mesmo cais ancorados.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

no dia em que o rei fazia anos

Procuro a ternura súbita,

os olhos ou o sol por nascer

do tamanho do mundo,

o sangue que nenhuma espada viu,

o ar onde a respiração é doce,

um pássaro no bosque

com a forma de um grito de alegria.



Oh, a carícia da terra,

a juventude suspensa,

a fugidia voz da água entre o azul

do prado e de um corpo estendido.



Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.

Chamo por ti, e o teu nome ilumina

as coisas mais simples:

o pão e a água,

a cama e a mesa,

os pequenos e dóceis animais,

onde também quero que chegue

o meu canto e a manhã de maio.



Um pássaro e um navio são a mesma coisa

quando te procuro de rosto cravado na luz.

Eu sei que há diferenças,

mas não quando se ama,

não quando apertamos contra o peito

uma flor ávida de orvalho.



Ter só dedos e dentes é muito triste:

dedos para amortalhar crianças,

dentes para roer a solidão,

enquanto o verão pinta de azul o céu

e o mar é devassado pelas estrelas.



Porém eu procuro-te.

Antes que a morte se aproxime, procuro-te.

Nas ruas, nos barcos, na cama,

com amor, com ódio, ao sol, à chuva,

de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.



Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sonatal

É virtude de quem ama
ouvir um violino até na lama...

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A mar te

Há vários motivos para não amar uma pessoa, mas só um para amar e este deve ser prevalecido.

o filho da outra mãe

Esta é a história de Crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida com a tristeza de não ter tido um filho. Do sonho de encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.
As histórias do Crisóstomo e do Camilo, da Isaura, do Antonino e da Matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. As suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
Tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, O filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de Valter Hugo Mãe.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tordo no trio


Nunca me interessei muito com o moço, mas confesso que o estou a descobrir...e a Andreia Moreira ajudou.
João Tordo um escritor a ter em conta.
Vou junta-lo ao Peixoto e ao Jacinto...fazem um trio fantástico.




Quero obter a(s) resposta(s) à seguinte pergunta.”

Eis o que impele a personagem principal deste romance a escrever livros. Desconheceremos, ao longo de toda a narrativa, o nome do escritor. Talvez para que nos possamos sentir protagonistas desta desventura. Sentimo-nos, de facto. Deparamo-nos com um homem desistente na medida da descrença que lhe carcomeu as entranhas. Tornou-o céptico em relação a si mesmo, à literatura – Outrora toda a sua vida. – e aos outros. Uma perna magoada, aquando de uma queda numa manhã de ressaca, impõe-lhe dor atroz, embora me tenha ficado a certeza que a deficiência era prévia ao tombo e procedente da alma, ao invés do membro acidentado. “Mesmo imaginada, uma dor continua a ser uma dor.” (Pág.16)

A certa altura é-lhe dito: “A tua perna é o teu fracasso. É a prova da tua finitude.” (Pág.99)

Embora o próprio não pense na maleita dessa forma, a “verdade” que se nos revela, é que se trata de manifestação psicossomática de doença bem mais gravosa que qualquer padecimento físico: a morte da esperança. Assim adquire o anti-herói uma bengala para a sua existência coxa. O abismo aproxima-se-lhe.

Podemos ficar tentados a considerar a história um policial. Há um homicídio, suspeitos e um louco que quer justiça pelas próprias mãos. Diria que se trata de suspense poético, com balões de ar quente à mistura, qual metáfora belíssima para nós, seres humanos, cujo destino, para que fomos talhados, é “Sermos leveza ao invés de peso” e “não temermos a morte”, porque ao temê-la “não sabemos viver.” (Pág.251).

Tentei responder a algumas questões com que o livro me defrontou, à medida que avançava na trama:

“Que farias se a tua sobrevivência estivesse em jogo? Manterias o mesmo sentido de ética que cultivas no quotidiano, quando somente o banal acontece? Serias magnânima como Elsa Gorski ou vil, farejando cega o trilho da salvação? Atropelarias pares, sem remorso, se os entendesses, dadas as circunstâncias, como inimigos?”
Escrito por João Tordo (1975) com mestria num ritmo alucinante, imbuiu-me da sensação de me encontrar lutando para salvar a pele, ao mesmo tempo que me digladiava para manter são o pensamento. Também eu caíra na emboscada e vivia o pavor da perseguição de Andrés Bosco. Quis acreditar ser capaz de ser recta estivesse realmente em Sabaudia. Temo, todavia, que perante a perspectiva da tortura e consequente morte me pudesse revelar mais traiçoeira, que qualquer um dos restantes intervenientes no enredo.

Faltou falar-vos do trágico Don Metzger, do vibrante Vicenzo Gentile, da enigmática Olivia Fontana ou da doce Nina Pascal, entre muitos outros. Não tenho mais caracteres disponíveis, pelo que, se vos acicatei, vos resta uma alternativa: Leiam-no.

150 BPM – Um livro armadilhado ao qual estive presa durante 289 páginas. Viciante. Sugerir a leitura. Mais um agraciado com o Prémio Saramago a cuja obra devemos ficar atentos.

Perfect



Esta MULHER não existe...
Acabou de ganhar o GOLDEN GLOBE 2012 por The Iron Lady.
As minhas homenagens... 

domingo, 15 de janeiro de 2012

o inferno são os outros


Habituo-me a só pensar bem dos meus amigos, a confiar-lhe os meus segredos e o meu dinheiro; não tarda que me traiam. 
Se me revolto contra uma perfídia sou eu, sempre, a sofrer o castigo. Esforço-me por amar os homens em geral; faço-me cego aos seus erros e deixo, indulgente ao máximo, passar infâmias e calúnias: uma bela manhã acordo cúmplice. Se me afasto de uma sociedade que considero má, bem depressa sou atacado pelos demónios da solidão; e procurando amigos melhores, acho os piores. 
Mesmo depois de vencer as paixões más e chegar, pela abstinência, a uma certa tranquilidade de espírito, sinto uma auto-satisfação que me eleva acima do próximo; e temos à vista o pecado mortal, a vaidade imediatamente castigada.
Como explicar que toda a aprendizagem de virtude dê origem a um novo vício?
August Strindberg, in 'Inferno'

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Eu, tu, ele, nós, vós e os outros




Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

A ter em consideração...


Acho que devíamos, em bloco, concorrer ao próximo Casa dos Segredos.
Seríamos entrevistados por imensa gente, incluindo pseudo-psicólogas de crónica revisteira, e poderíamos dar um ar de normalidade aquela coisa. Sem sexo, claro (só o mau gosto da ideia de andar a fazer algo sexual com câmaras para todo o país ver, enoja), bons jantares, muita discussão...livros, filmes e mandávamos a Voz ao raio que a parta e a quem a pariu e eramos todos expulsos em menos de 1 semana. Seria um must. 
E, sobretudo, a TG e o seu dito profissionalismo (ele há coisas que nascem não se sabe de onde)a tentar dirigir-nos para a cama e para a badalhoquice e não conseguir....entrava em histeria.
AHHHHHHHHHH...e nenhum dos nossos pais faria má figura porque entraria numa caverna ate ao fim da vida ao ver-nos naquela coisa.
Consideremos....talvez fosse divertido. Ao fim e ao cabo a porcaria e a badalhoquice,o despudor e falta de vergonha e de auto-respeito são coisas maiores nesta espécie de país.
Porra lá isto tudo. E anda gente a trabalhar, outra tanta a ficar desempregada...e anda este putedo a fingir que é gente e interessante (o que ainda é mais grave).
Porra para eles todos.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

via longa



Parti do mural das minhas águas
e nunca mais chegava à tua barca de musgos felizes.
De súbito, veio a ave negra

e pude mergulhar nas entranhas do teu sono
para nunca mais acordar...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Traços de Paris

F.



A nossa amiga F. faz hoje o outono das suas primaveras.
Sabe a madressilva o odor da sua generosidade de perder de vista.
Passeia o olhar pela Notre Dame, Paris do seu encantamento,
e descansa o cotovelo na capela mais santa, onde vimos as estrelas do Mundo e as paixões do Nosso Deus...
Vimos Paris pela sua graça. E cuidado. E ternura.
Faz hoje os anos de dias e noites do avesso,

Porque é Fátima.
Porque é Trégua.
Porque é Tágide...


merci mon amie!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Show Snow


Em Paris.
Ainda em 2011.
De um palhaço - Slava - poeta, mimo de todos nós...